segunda-feira, 13 de julho de 2015





Os ótimos Beneficios do Uso da

Bota de Unna.

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Bota de Unna; Úlcera venosa; Cicatrizadão; Enfermagem
INTRODUÇÃO: A Úlcera Venosa (UV) é uma lesão cutânea que geralmente aparece no terço distal da face
medial da perna, próxima ao maléolo medial, podendo iniciar de forma espontânea ou traumática, em
tamanho e profundidade variáveis, leito plano e pele periférica com rubor ou dermatofibrose. É uma das
complicações tardias da insuficiência venosa crônica, que acomete a população adulta de diferentes idades1.
Em virtude de sua cronicidade associada a tratamentos de longa duração, a UV produz alteração na
qualidade de vida dos pacientes, reduzindo a produtividade no trabalho e aumentando os custos destes com
longos tratamentos. O portador de UV é atendido com frequência para consultas médicas e trocas de
curativos com sucessivas mudanças de tratamento, que muitas vezes não tem efetividade. 



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O paciente pode
conviver com essa situação desgastante durante vários anos, sem obter a cicatrização da úlcera. Cita-se
como medidas de cuidado o repouso associado à drenagem postural do membro e a terapia compressiva.
Afirma-se que as coberturas, associadas à terapia compressiva, tem uma percentagem de redução da área
da ferida maior que 30%, nas primeiras duas semanas de tratamento, prediz a cicatrização². Um método
compressivo utilizado sobre a perna para promover a cicatrização da UV é a Bota de Unna, a qual melhora o
fluxo venoso e contribui para alívio da dor. A Bota de Unna é uma bandagem de algodão impregnada de uma
pasta com medicamentos com amplo uso em úlceras dessa etiologia3. Embora sua utilização seja de grande
relevância no tratamento das úlceras venosas, seu uso ainda é limitado, pois grande parte dos profissionais
de saúde desconhecem sua terapêutica e indicação. Além da importância e benefícios obtidos com a
aplicação desta, torna-se pertinente também a necessidade da capacitação dos profissionais de enfermagem
para a melhor utilização deste método. Sendo assim, o enfermeiro assume o papel de empreendedor ao
buscar meios e técnicas diversas para solucionar os problemas dos usuários. O empreendedorismo se
enquadra na conduta ativa do profissional em primeiro desencilhar-se do pensamento e conduta retrógrados,
da limitação de pensamentos e ações, captar deficiências não solucionadas em suas áreas, criar técnicas
eficientes e efetivas ou utilizar as já existentes de forma inovadora para a solução das deficiências4. Diante
do exposto, este estudo tem como objetivo descrever os cuidados de enfermagem na utilização de Bota de
Unna como referência para a prática profissional. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica do
tipo narrativa, a qual permite a análise da literatura publicada sobre determinado assunto, com o objetivo de
descrevê-lo e discuti-lo, sob ponto de vista conceitual ou teórico. Nesse sentido, pela necessidade de
fortalecer e divulgar o conhecimento da enfermagem sobre o uso da bota de Unna no tratamento das UV
selecionou-se artigos, livros e trabalhos para leitura, e posterior análise qualitativa sobre a temática.
RESULTADOS: A Bota de Unna foi desenvolvida pelo Dr. Paul Gérson Unna, Professor de Dermatologia, no
ano de 1986. Ele estudou e desenvolveu a fórmula da pasta de Unna, a qual é composta basicamente por
óxido de zinco, calamina, glicerina e gelatina. A bandagem pode ser mantida intacta por até sete dias, a
menos que haja desconforto ou vazamento de exsudato. Deve-se realizar primeiramente a limpeza da ferida
de acordo com a prática rotineira, enxaguar bem e secar a pele adjacente antes da aplicação da bandagem,
ainda nesse momento pode-se aplicar uma loção hidratante à pele ressecada e em seguida prosseguir o
enfaixamento. Logo após, efetuar as voltas com a atadura logo acima dos dedos do pé na região
metatársica, continuando até ao nível inferior do joelho abaixo do tubérculo tibial. Devem-se efetuar as voltas
com 50-75% de sobreposição em largura em cada círculo, observando para não provocar desconforto ao
paciente e, consequentemente, diminuir a adesão à terapêutica. Por fim, aplica-se material para absorver
exsudato e uma atadura elástica para fazer a compressão sobre a bota5. É importante ressaltar que Bota de
Unna é contraindicado em casos de insuficiência arterial, infecção na lesão, em caso de insuficiência
cardíaca descompensada e quando observados sinais e sintomas agudos de trombose venosa periférica.
Com o uso da Bota de Unna os profissionais da saúde só realizam a troca do curativo, em média, uma vez
por semana, o que reduz horas de trabalho, e não exige o deslocamento diário do paciente aos serviços de
saúde para a renovação dos curativos. Faz parte ainda do cuidado de enfermagem orientar o paciente para
evitar ambientes quentes devido à sensação de desconforto que a bota pode provocar com o calor, manter a
perna seca e usar um calçado confortável e largo, entre outros cuidados como elevar a perna quando
sentado, realizar repouso com elevação dos membros e dormir mais do que sete horas5. Frente a isso se
constata que a Bota de Unna é útil como medida de terapia compressiva, aumentando o retorno venoso,
além de funcionar como elemento protetor da pele íntegra devido aos seus constituintes ativos. Portanto, é
evidente o papel importante que a enfermagem possui no tratamento das úlceras venosas, atentando para
que o profissional enfermeiro tenha em mente o conhecimento técnico, para avaliação contínua das lesões,
assim como a qualidade e quantidade dos insumos utilizados neste tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A utilização da Bota de Unna é um excelente método para promover uma cicatrização mais rápida de uma
UV, contribuindo para o alívio da dor e, tratando-se de um método compressivo sobre a perna, melhora o
fluxo venoso. A partir do diagnóstico, pode ser feita à adesão ao tratamento da terapia compressiva, e o
enfermeiro pode construir planos de cuidados cujos objetivos são proporcionar condições que minimizem o
tempo de cicatrização da ferida, reduzam os riscos de infecção, previnam recidivas e garantam a segurança
e conforto do paciente. Para tanto, tal prática exige conhecimento técnico e científico desta categoria de
profissionais, bem como a educação continuada de seus conhecimentos sobre tal assunto, uma vez que as
pesquisas são dinâmicas e novos saberes são constantemente anexados à prática.

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